sábado, 30 de agosto de 2008

Acho que a vida anda passando a mão em mim...

Nesta quinta-feira última, dia 28/08, eu fui à galeria Theodoro Braga no CENTUR visitar ao trabalho "Atritos" que fazia uma compilação de diversas linguagens artísticas. Quando cheguei havia uma artista pintando um mural enquanto alguns visitantes eram convidados a pintar no centro da galeria, por onde ao som de um sonoplasta inspirado e vezemquando uma voz masculina intervinha com algum poema. E no ponto nevrálgico do trabalho estava Juliana Tourinho (atriz de grande carga performática) brincando de viver e interagindo com o que a rodeava. Eis que em dado momento o sonoplasta insere uma gravação perfeitamente elocubrada pelo trabalho de Juliana "Eu acho que a vida anda passando a mão em mim...". Estava feito não precisava de mais nada. Tudo se encaixara.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Um Dragão adormecido ou pequena mensagem sub-liminar.

“Um dragão adormecido bem no meio da arena. Sim, ele estava lá para me lembrar, qualquer deslize – por mais lépida insegurança ou desatenção que fosse – e eu quebraria o transe. E em um derradeiro arrependimento arrasaria todo o amálgama de encantarias forjado naquele templo. Por tantos corajosos que ali pisaram não havendo como não sagrar aquele chão, jazia ainda o respeito que se tinha ao pisá-lo. E com nada menos que altivez se enfrenta um dragão, então com altivez entrei no altar, as luzes me encobriram, mas ouvi o animal acordar. A boca do dragão se abriu e eu me atirei.”[1]

Não só no palco vive um dragão à encarar um ator em seu derradeiro esgar de ser real, mas na vida damos voltas ao redor de um tão grande quanto nossos anseios. Este não menos feroz que nossa ânsia de nos materializarmos ao espaço que nos rodeia, não poupa um apenas “querer estar lá”. E enquanto indecisos nos privamos de fazer algo, para tão somente querer fazer algo, não nos apercebemos da prontidão de um ser voraz a nos sombrear. O jovem como um ator de papel indefinido, relegado à falta de motivação da sociedade como um todo e punido com a (des)estrutura dada à ele para se identificar e se inserir em seus reais espaços, muitas vezes é tragado por um dragão. E como uma profecia não cumprida, o ímpeto natural deságua em outras corredeiras para além da qual ele pertence.

Não nos privemos. Enfrentemos o dragão.

[1] Trecho de uma crônica teatral de minha autoria.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

azul.escuro (quase.preto)

Até as minímas coisas são feitas de fúria
Até as coisas mais belas se banham de amargura
O tédio modorrento faz o ar pesar
Explodir seria mais fácil que queimar?!

Delírios tomam forma e me encantam,
me drogam e depois me abandonam
Inflamam meu ego, me deixam cego
Fogem de mim e sozinho eu tropeço

Rolo no chão, me desespero e vomito;
me atolo na vergonha e ainda minto
(Digo que me quero, que me espero)

Apenas uma desculpa pra me levantar começar outra vez