domingo, 27 de julho de 2008

Um poema na chuva

Calmamente, uma a uma elas se atiram, atiram-se sem medo,
Devagar caem de forma melancólica e me olham através do vidro
E eu ali entorpecido, fitando-as com calma gritando inaudível
E chorando sem lágrimas, vendo a chuva cair, sem violência,
E sim com sensibilidade, molhando a terra lá fora,
Molhando a mim mesmo aqui dentro,
Molhando-me com acuidade nem uma gota me encosta,
Mas molham minha alma, meus pensamentos

E tudo que penso já não tem frescor e nitidez
Apenas uma amarga sensação do que podia ter sido
Ah se eu pensasse melhor, se eu cuidasse melhor,
Se eu melhor olhasse e se eu melhor amasse...
(mas a chuva cai lá fora e molha aqui dentro)

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